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DIÁRIO ESTELAR 4.4.4.4 Nanda e Devana devaneiam na praia



diário de bordo dos exploradores enviados pelo supernova à ‪#‎República‬ independente instaurada na Capitania do Botafogo, Rio de Janeiro
sexta feira, Praia vermelha, avenida Pasteur, 08 de agosto de 2014, 14:14
pela manhã após o café, participamos de uma reunião no gramado sobre música independente, produção, festivais, etc. Toda a galera da música estava reunida. Ney falou sobre sua experiência com sua banda e falamos sobre problemas gerais e soluções possíveis e já realizadas na cena independente nacional.
Depois do almoço participamos do extenso debate sobre a Constituinte a Reforma política, depois demos uma passada pelo debate com o Minc, daí ganhamos a rua.
Caminhamos exaustivamente pela zona sul, caminhamos por copacabana, pela orla da praia, caminhamos caminhamos caminhamos. Perdemos o show da banda The Baggies e metade da festa com caipirinhas grátis e cerveja barata, e pessoas por todo lado fazendo de tudo, mas não faz mal nenhum. Depois, já muito tarde, fomos à praia. A rua totalmente deserta com prédios monstruosos de tão imenso, a lua quase cheia, o frio que soprava do mar deram um clima totalmente fantasmagórico. Chegamos na praia totalmente deserta e lá ficamos até quase uma da manhã, muiiiito frio. Depois retornamos pelo caminho ainda mais deserto e assustador, e éramos as únicas alvas vivas.
Nessa parte da cidade, à noite, tudo é espantosamente limpo, deserto, como se uma força onipotente e onipresente ficasse constantemente limpando e vigiando. Tudo parece estranhamente higienizado, como se todos os moradores de rua, ambulantes, seres vivos, todos tivessesm sido expulsos dali, como se tivesse sido esterilizado, dando uma sensação de aterrorizante insegurança. Do túnel pra cá, andando a tarde, só vemos gente branca e abastada, quase nenhum morador de rua, quase nenhum negro, quase nada fora do lugar.
Na praia havia dois soldados de capacete e farda camuflada caminhando como um casal, com seus cacetetes em punho, armas no coldre, e a calma lenta de quem está no poder.
Pela rua o carro antiquado da polícia passava assobiando religiosamente a cada 30 minutos, como se varresse o perímetro.
Carros da polícia nas entradas e saída dos túneis.
Confessamos que caminhando em frente ao Instituto Benjamin Constant, pela rua, pela Avenida Pasteur, com as gárgulas brancas (grifos) nos sobrevoando ameaçadoramente, nós dois sentimos medo de sermos algum tipo de vida insalubre daquela região e sermos esterilizados para sempre da face da terra sem deixar notícias.
Fulminados por um disco voador, devorados pelo grifo ou alvejados pela polícias.
Devana e Nanda, ainda aqui, supernovos.

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