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Recital Supernova


Aconteceu no último domingo, nos altos da casa da Shirlene Vaz, mais um recital de poesia e música do Movimento Supernova. Artistas de qualidade. Público seleto. Decoração minimalista. Tertúlia à luz de velas. Aconchego. Sorrisos a mancheia. Variedade. Humor. Revelações de variada faixa etária. Zeca Oreba, figura carimbada, tocando Beatles na gaita foi tudo de bom, mas Cecília conquistou a todos com sua simpatia, sua voz e seu senso de humor. Edvair Ribeiro já é considerado monstro sagrado no universo cultural sansebastianense, mas se curvou para fotografar e aplaudir Kelly, conduzida ao palco por Isaac Mendes que, maestro-mor do evento, viu Nanah Farias – coisa rara de se ver – ler versos de Florbela Espanca embaixo de insuspeitado foco de luz. Gil William declamou seus próprios punkversos. Laércio e Leomar deram o ar da graça. Hellen, como sempre, não faltou. Shirlene pediu pra tocar a Ave Maria e foi lindo. Nilmar transmitiu tudo ao mundo via net. Raony cuidou do som. Máximo Mansur apareceu e deu dois dedos da mais autêntica poesia caipira. Marlisete foi homenageada por Edvair Ribeiro, mas isso já é rotina. Cristiano deu uma passada rapidinha. Annie, além de ajudar na decoração, cantou com a banda Hidra. Isso mesmo, tivemos Banda Hidra acústico, live in San Sebastian. Dois quintos da banda Stuff – Bia e Pris - também se fizeram presentes em um acústico de alta frequência, terminando com Bia Estiano, em sutilíssima performance, recitando O Operário - de Vinicius - em Construção e foi bárbaro. Um super-sarau. Um super-recital. As fotos no Orkut e os filmes no nosso canal no Youtube demonstram isso mesmo e com melhor clareza. Como se fossem todos herois da resistência, não a banda brasiliense, mas os guerreiros da grande guerra. Como aquele velho casarão espremido entre os arranha-céus, cujo dono se recusa teimosamente em vendê-lo às grandes construtoras, eles mantém o foco de resistência. A sentinela a postos para tocar a buzina e avisar do iminente perigo da homogeneização midiática e todos eles se levantam, a palavra em riste, violões em punho, gaitas a tiracolo, livros, discos, vídeos nas catapultas etéreas prontos a serem disparados do alto do forte de São Sebastião. Humildes e altivos como deve ser um guerreiro da resistência cultural no íntimo do âmago do centro da periferia. Poemas e canções. Evoé, Musas. Ave, poesia! Amém!






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2 Comentários

  1. E a simplicidade se fez casa para a arte.

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  2. A cidadela, a ultima trincheira, um pelotão formado por guerreiros etnicamente miscigenados, tendo como arsenal as idéias, disparadas pela sonoridade de suas vozes e como escudo os instrumentos musicais, uns poucos de percussão e as cordas de dois violões. No centro da casamata um palco improvisado iluminado precariamente pra confundir as forças oponentes, por luzes bruxuleantes que emprestavam aos semblantes uma aura surreal determinação e magia imitindo em silencio um grito uníssono; O SONHO NÃO ACABOU!

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