Du Hast
TE ODEIO do fundo do meu coração
TE ODEIO ainda que não seja pra sempre
TE ODEIO por mais que eu tente te esquecer
TE ODEIO e espero que vc sinta o mesmo por mim
TE ODEIO por tudo o que é mais sagrado
TE ODEIO do gênesis ao apocalipse
TE ODEIO e Jesus é prova disso
TE ODEIO em nome da Virgem Maria
TE ODEIO como o céu é infinito
TE ODEIO de corpo alma e espírito
TE ODEIO como dois e dois são quatro
TE ODEIO desde o princípio
TE ODEIO como se fosses a última
TE ODEIO como se fosse a primeira vez
TE ODEIO pelo brilho intenso das estrelas
TE ODEIO como o sol vai voltar outra vez
TE ODEIO para todo o sempre (amém)
TE ODEIO desde tempos imemoriais
TE ODEIO e te provo com um beijo
TE ODEIO e morrerei por isso
TE ODEIO e essa é a razão do meu viver
TE ODEIO e sinto que sou correspondido
TE ODEIO e não paro de pensar em vc
TE ODEIO por toda a minha vida...
TE ODEIO porque vc pra mim é tudo
TE ODEIO como a abelha ama a flor
TE ODEIO do tamanho do cosmo e do mundo
TE ODEIO como amo a minha dor
TE ODEIO como se fosses um anjo
TE ODEIO como Deus odeia o ser humano
TE ODEIO e já posso ouvir as trombetas
TE ODEIO porque te amo.
TE ODEIO, ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE.
AMÉM.
***
Espero uma visita
Espero uma visita
E penso que ela não existe
Morro eu de medo dela
Mas a espera em mim resiste
Nos cantos escuros
As ruas desertas
As noites solitárias
As portas abertas
Os barulhos indiscretos
Lá no fundo do quintal
O banheiro, alta noite
O formato anormal
Tenho medo – mas espero
Sinto que vem – penso que não
Há um paradoxo – há um contraste
Entre meus sentidos – e minha razão
Meus sentidos? Que sentidos?
Raramente eu uso isso
Mas é que é tão peculiar
Os calafrios, os arrepios
Tenho medo: mas espero
Mas se me afronto: me desespero
O que abomino: o que quero
Pois tenho medo do que espero
***
Megalomania
Eu sou o grande amor da minha vida
Eu me amo do fundo do meu coração
Eu quero viver pra sempre esse amor
Eu sem mim não sei se viveria
Eu não sei o que faria da vida sem mim
Eu sou louquinho por mim
Eu por mim vou matar ,vou roubar
Eu não consigo me tirar do pensamento
Eu em nome do meu amor por mim
Eu passo por cima de qualquer coisa
Eu sou a razão da minha vida
Eu se morresse
Eu não sei se viveria
***
Espectro
Meu espectro negro projetava uma sombra mórbida no chão,
(e um sorriso sombrio acompanhava minha aura escura).
Meu espectro magro projetava uma sombra esquálida no chão,
(e um sorriso sombrio acompanhava minha aura escura).
Meu espectro curvado projetava uma sombra corcunda no chão,
(e um sorriso sombrio acompanhava minha aura escura).
Meu espectro feio projetava uma sombra rala no chão,
(e um sorriso sombrio acompanhava minha aura escura).
Meu espectro culpado projetava uma sombra punida no chão.
Meus genitores gritam, e o sorriso sombrio desaparece,
Deixando apenas a aura escura.
***
O’clock
Enquanto houver tempo,
Nada poderá se desenvolver.
O tempo
Com seus relógios
Seus calendários
Seus artifícios
Não provoca senão o atraso.
Sua necessidade não é provocada senão por sua
[existência.
Sua análise provoca a loucura
E viajar nele é viajar na maionese...
Uma maionese sem volta.
Sua existência me cansa.
Ela dita inescrupulosamente a minha vida.
Como,
Quando deverá acontecer.
É uma droga,
Que vicia.
Que zumbifica,
E que tem escravizado a humanidade em seu fluxo
[ilusório
Movimentando um tráfico incontrolável
Que prega sua invencibilidade
E nossa impossibilidade de nos libertar dele
Que em concepção se nos torna reais
Nem nosso organismo pode mais funcionar sem ele.
Se por algum motivo o tempo conhecido deixasse de
[existir
(o que é uma libertação em concepção impossível)
Nosso viciado organismo criaria um outro
(como resposta imediata à falta dele)
Hora de dormir
Hora de comer
Hora de banhar
Hora de sair
Hora de sorrir
Hora de não entender
Hora de não-sei-o-quê
Não há resistência nem em nossos podres poderes
O conceito de tempo se infiltrou no mais íntimo de
[nossos seres
Foi-se o tempo dos filósofos,
E eis que chega o tempo dos técnicos!
O tempo, agora mais automático, mais sistemático e
[mais mecânico do que nunca
O tempo agora mais enferrujado do que seus relógios
Enquanto existe o tempo
Este mito arrogante e num primeiro momento útil
Torna-se então uma verdade
Uma verdade em aparência inquestionável
Uma verdade que nossas mentes fechadas tornam
[intranscendíveis
O próprio Einstein
Que desafiou a física
(uma coletânea de verdades em aparência
[inquestionáveis)
Não foi aos extremos de desafiar o tempo.
Simplesmente tentou entendê-lo,
E já foi longe em julgá-lo relativo.
E simplesmente isso.
E não transcendendo esses conceitos
E não entendendo que o relógio é um instrumento que
[mede um artifício e uma ficção
(pois o tempo é um artifício e uma ficção)
Agiremos sempre como se o tempo fosse um presente
[da natureza (ou de Deus)
Ou uma coisa nativa
Qual uma rocha que não temos força de mover
E em tentando nos adaptar a ele
E não adapta-lo a nós
Seremos para sempre robôs
E não importa quantas revoluções industriais ou
[técnico-científicas hajam
Ou o quanto a globalização avance
(e difunda ainda mais o conceito-tempo)
Graças ao conceito tempo estatelados sempre no
[tempo
***
coisinhas... coisinhas... coisinhas avulsas
Perolas lindaurensis I
Lindaura querendo dizer que podia estar errada:Corro o risco de estar certa...
***
A fé não é absoluta em seu conceito.
O que a fé tenta fazer é provar, através da ciência, que o teológico não tem explicação.
Geography, XII/ IV/ MMVI
It’s it.
***
A impressão que tenho é de que os crentes, com tanta paranóia na cabeça, com tanta besteira que inventam, não serão capazes de gozar o reino dos céus.
(...)
XII/ IV/ MMVI
Geography, quase fim
***
O povo pobre é santo
Porque vive de jejum!
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