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MOVIMENTO SUPERNOVA No Sarau do Beijo em homenagem a Lydia Garcia


Apresentação do GRUPO NEGRA! da Supernova no Beijódromo.
O Movimento SuperNova, representado pelo Grupo Negra! Que dramatizou o poema de Victória de Santa Cruz denominado Gritaram-me Negra, participou neste mês de novembro, do Sarau do beijo em homenagem à Professora Lydia Garcia. O GRUPO NEGRA! é formado por Nanda Pimenta, Priscilla Sena, Estela Sena, Devana Babu, Zeca Oreba, Yara Silva e Chico Rosa. Em consonância com o Dia da Consciência Negra, a 6ª edição do Sarau do Beijo prestou, no último dia 05 de novembro, sua homenagem à ativista cultural e professora Lydia Garcia – reconhecida militante do movimento negro do Distrito Federal, uma das fundadoras do Conselho de Defesa dos Direitos do Negro do Distrito Federal. Lydia Garcia foi pioneira no trabalho em prol da cultura afro no Distrito Federal e segue apoiando escritores, poetas e artistas. Como educadora foi responsável pela formação musical dos primeiros educadores da rede de ensino do DF. Participou da criação do Centro de Estudo Afro Brasileiro, primeira entidade organizada em luta pelo direito dos negros no DF.
Lydia Garcia, ativista do Movimento Negro no DF
Abaixo o vídeo da apresentação com imagens de Wan Gazzú.

Abaixo o poema da limenha Victoria Eugenia Santa Cruz Gamarra. Ela é compositora, coreógrafa e desenhista, expoente da arte afroperuana.
“ Me gritaram negra" (Victoria Santa Cruz)
Tinha sete anos apenas,
apenas sete anos,Que sete anos!
Não chegava nem a cinco!
De repente umas vozes na rua: me gritaram Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra!
"Por acaso sou negra?" – me disse
SIM!
"Que coisa é ser negra?" "Negra!
"E eu não sabia a triste verdade que aquilo escondia." "Negra!"
"E me senti negra." "Negra!"
"Como eles diziam" "Negra!"
"E retrocedi" "Negra!"
"Como eles queriam" "Negra!"
E odiei meus cabelos e meus lábios grossos
e mirei apenada minha carne tostada E retrocedi "Negra!"
E retrocedi . . .
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Neeegra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
E passava o tempo e sempre amargurada
Continuava levando nas minhas costas minha pesada carga
E como pesava!...
Alisei o cabelo, Passei pó na cara,
e entre minhas entranhas sempre ressoava a mesma palavra
Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Neeegra!
Até que um dia que retrocedia , retrocedia e que ia cair
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra!
E daí? E daí? "Negra!"
Sim "Negra!" Sou 'Negra!Negra! Negra!
Negra sou "Negra!" Sim "Negra!'
Sou  "Negra!Negra!Negra!
Negra sou. De hoje em diante não quero alisar meu cabelo
Não quero E vou rir daqueles,
que por evitar – segundo eles – que por evitar-nos algum disabor
Chamam aos negros de gente de cor. E de que cor!
NEGRA E como soa lindo!
NEGRO E que ritmo tem!
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO
Afinal Afinal compreendi AFINAL
Já não retrocedo AFINAL E avanço segura AFINAL
Avanço e espero AFINAL
E bendigo aos céus porque quis Deus
que negro azeviche fosse minha cor
E já compreendi
AFINAL
Já tenho a chave!
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO
Negra sou!  

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