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A produção literária independente de Devana Babu



Por Denise Oliveira

Devana Babu chama-se Paulo Sérgio Sena Santos Júnior, é ávido por livros, escreve poemas ousados e tem ideias que parecem ultrapassar as barreiras da mente. Apesar da pouca idade, 23,  tem uma coleção de textos, artigos, poemas e uma carreira literária independente que inspira talentos da escrita.  Aos 14, Devana Babu já havia publicado artigos, contos e crônicas no jornal impresso Hoje em Dia, e em meios de comunicação independentes como o Radical News, do movimento cultural Radicais Livres S/A. O rapaz, lançou também a Gazeta do Oprimido na escola em São Sebastião, edições do livro O Esdrúxulo e o fanzine Óculos glóbulos. Atualmente é o editor da revista Supernovas. Em entrevista ao Intervalo, Devana ressalta a importância de criar o hábito de leitura para dar uma guinada na produção literária.

#Intervalo: Como e quando começou a escrever?

Devana Babu: Desde que eu era criança, por influência da minha família. Meu pai é artista plástico, ativista cultural e escritor, meu tio é jornalista, tem outro tio que é cronista. Por ter esse campo fértil na família eu comecei a escrever.  Mas eu comecei a me entender como escritor artista há pouco tempo.

#Intervalo: Quais são suas influências literárias?

Devana Babu: Os escritores Charles Baudelaire, Henry Miller, Fernando Sabino, que foi minha primeira grande influência e Augusto dos Anjos.

#Intervalo: Com você mostra seus trabalhos para as outras pessoas?

Devana Babu: Eu publico meus textos de formas alternativas. Isso significa você editar seu texto no seu próprio computador, imprimir e vender. Para mim é uma maneira mais fácil de divulgar minha arte, hoje em dia é mais fácil você imprimir um volume de coisas suas em gráficas e por a logo de um patrocinador no veículo. Você pode vender seu livro a preço relativamente barato. Utilizo também blogs, sites, emails.

#Intervalo: Você acha que a expansão do uso da internet facilitou a vida dos jovens escritores?

Devana Babu: Mais ou menos. Facilitou porque qualquer um pode divulgar o seu material na internet. Mas tem a dificuldade em fazer com que seu texto chegue ao grande público. Como o volume de informações é muito grande, é muito difícil você fazer  o leitor chegar no seu material. Se há algum tempo você precisava ter um diferencial para disputar no mercado editorial, hoje em dia você tem que ter um diferencial absurdo. Não basta ser bom, você tem que ser ‘foda’. O reconhecimento, para mim, é as pessoas lerem e se identificarem com o meu texto.

#Intervalo: Como é o seu processo de produção?

Devana Babu: Inspiração é o que há. Tem gente que escreve com o cérebro, usa os conhecimentos acadêmicos, literários, os estudos, as formas. Mas para mim, inspiração é importantíssima, eu escrevo o que estou sentindo, eu tento eliminar cada vez mais o quesito racional. Meu processo é tentar pegar as minhas experiências, meus sentimentos, minhas visões de mundo e transformar isso em arte, mas é preciso desenvolver a forma, trabalhar a estética. Eu tento buscar a forma e o conteúdo ao mesmo tempo.

#Intervalo: Quais dicas você daria para os jovens escritores, para a galera que está começando agora, e definindo um estilo próprio?

Devana Babu: Primeira dica: Leia muito. Tem muitas pessoas que gostam de escrever, mas não leem. Isso faz elas ficarem presas num ciclo vicioso, escrevendo coisas sem relevância ou apuro estético. Ela não vai se tornar uma pessoa que consegue transpor seus sentimentos e pensamentos de uma forma que vai ser apreciada por outras pessoas. Lendo você vai assimilar a questão da gramática, vai ter um conhecimento da língua, perceber estilos. A segunda dica é esquecer aquele pensamento de que você vai publicar numa grande editora, nas grandes livrarias, como a fnac, ser um escritor badalado.  A literatura é uma coisa que está muito presente na nossa vida, e a nossa divulgação tem que ser feita pela internet, uma coisa mais boca a boca, uma divulgação de pessoa para pessoa. Ela vai desenvolver o seu texto e um dia vai perceber que ela pode falar coisas que são importantes para o seu meio.

Como a sua participação nos movimentos culturais de São Sebastião influenciou sua produção literária?

Devana Babu: Influenciou totalmente. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a expressão artística não é uma expressão solitária e individual, ela é uma manifestação do indivíduo em relação a determinado meio. Quando a gente se reúne num meio cultural a temos mais possibilidades de se desenvolver como indivíduo, de expressar nossa arte e encontrar pessoas que se identificam com o que a gente faz. Para que a arte floresça é preciso que haja um meio fértil para isso. E o movimento cultural vai propiciar justamente isso. Arte é esse convívio com as pessoas.

Programa Conversa Mole com Devana Babu (Por Nilmar Paulo)

Conheça mais o trabalho do escritor:




Em 2005, o repórter especial do Correio Braziliense escreveu sobre o lançamento do livro O Esrúxulo. http://osupernova.blogspot.com.br/2010/03/as-ideias-e-obras-de-devana-babu-14.html

Originalmente publicado em "Invervalo". Disponível em http://intervalovirtual.com.br/?p=3358. 23/07/2012.

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