Você fica pilhada quando eu erro Mas eu não erro eu não erro Eu uso tons dissonantes E eu não me acostumo com seu berro Eu me lanho eu me ferro Mas não mudo meu semblante
E principalmente estou falando sério Um decibel não altero ante um fato angustiante Mesmo que eles me ponham a ferros Eu to lhe sendo sincero Sou como quem toma calmantes
Eu protegi a obra de Homero Das águas num outro hemisfério E já na cordilheira dos Andes No quarto escuro de um monastério Eu decifrei seus mistérios Depois banhei-me no Ganges
Parti numa caravela com Antero Por conta de uns bucaneros Que nunca leram Cervantes Mas que traziam no espírito férreo O fogo fátuo etéreo Dos cavaleiros andantes
E eu consumi tanto ópio com Nero Que eu disse pêra e ele eu num pero E com o olhar delirante Pegou da tocha do gás e do isqueiro Que quando eu cheguei no terreiro O fogo tava era longe
Com toda calma que os deuses me dero Eu disse Nero eu espero Conforme eu já lhe disse antes Que você me esqueça e me erre não quero descer na cova de um cemitério Como cúmplice de um meliante
Cuspindo eu apaguei o fogo do inferno Vesti o minotauro num terno E ele virou protestante Calei a boca da noite com um berro Pus no capeta um sombrero Mas serrei os chifres antes
O dalai lama quase perde o ministério Pois ele saiu do serio Num dialogo impressionante E eu calmo como um camelo e sincero Disse o teu cargo eu não quero Quero é o teu lado arrogante
Sou como um seguidor de lutero Eu desde o útero quero a paz de um qualquer ruminante Sou um Buda baiano e me esmero Em crer que não desespero mesmo enfrentando gigantes
E mesmo partindo do marco zero Eu paro eu penso eu pondero e vou seguindo adiante Mas quando você fala que eu erro eu grito eu berro eu não erro Eu uso tons dissonantes
A espinha dorsal desta Fernanda que vos escreve ficou arrepiada por causa da interpretação que Dagomé, com sua tímida simpatia, deu à própria composição no XVII Poemação. Eita, que este nosso Cerrado tá lotadinho de pessoas talentosas!
Parabéns muitas vezes! To sempre dando umas olhadelas aqui e curto muito o espaço.
Abraços fraternos e meus desejos de inspiração banhada de sorte no caminho de todos vocês!
1 Comentários
A espinha dorsal desta Fernanda que vos escreve ficou arrepiada por causa da interpretação que Dagomé, com sua tímida simpatia, deu à própria composição no XVII Poemação. Eita, que este nosso Cerrado tá lotadinho de pessoas talentosas!
ResponderExcluirParabéns muitas vezes!
To sempre dando umas olhadelas aqui e curto muito o espaço.
Abraços fraternos e meus desejos de inspiração banhada de sorte no caminho de todos vocês!
Fernanda Azevedo