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FLERTE



Ainda que depois do calor do abraço
Eu herde apenas o vácuo da saudade
A solitária frieza da sua ausência
A angústia cortante e ácida da melancolia


Ainda que eu fique a andar meio a esmo
Ou parado a fitar um horizonte perdido
Absorto, zumbi, aparvalhado, aturdido
Integrante isolado da tribo dos desiludidos


Ainda assim, terá valido a pena o momento
O olhar, o sorriso, o rubor, a abordagem, o contado
A primeira palavra, o hálito, o toque, o tato


Fugacidade do abraço e do beijo
A eternidade imortal do rápido ensejo
A morte prematura do sonhado desejo.


Edvair Ribeiro, em 06/11/2010, às 16h40

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