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DITADURA NUNCA MAIS



Epítetos, pseudos, alcunhas, apelidos
Essa liberdade caricata abstrata
Com jeito de rascunho inacabado
De retrato falado rabiscado
Por desenhista aprendiz de amador
Inda é mais rica mais humana
Que o sistema forjado nos quartéis
Elaborado por austeros generais
Gerenciado por tenentes coronéis
Executado por sargentos e soldados
Pelos paisanos os homens do delegado
Imitadores MI5 da CIA e do FBI
Cujos heróis eram os agentes dos gibis
Nick Fúria, James Bond, Dick Tracy


Epítetos, pseudos, alcunhas, apelidos
Essa liberdade incompleta, imperfeita
Esquerdizada, imiscuída com a direita
Elitizada, iconoclástica e alienante
Inda mais leve que o domínio dos quartéis
Menos letal que as baionetas e fuzis
Que vitimaram, numa onda fratricida
Fizeram órfãos, esquizofrênicos e viúvas
Desaparecidos e esperantes de esperança
Ter de volta o voluntário da militância
O aspirante do ideal da utopia
De concretizar o sonho da liberdade
Essa rede, essa teta, esse canto, acalanto
Essa voz terna, esse mantra, esse manto.


Epíteto, pseudos, alcunhas, apelidos
Esse sistema arrastante, imperfeito
Que fingi nos outorgar amplos direitos
A liberdade natural de expressão
O direito de ficar, de ir e vir
Sem a fobia de se encontrar na contramão
Até nos faz vislumbrar um bom porvir


Esses epítetos, pseudos, alcunhas e apelidos
É mais ameno do que a caricatura
Que a mais justa, bem aderida, humanista
Bem intencionada e patriótica ditadura.

Edvair Ribeiro dos Santos, 14/05/10

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