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Escutaí... # IV


Bom dia. Ainda é dia. É o dia hoje de falarmos sobre o que escutamos.


No mesmo clima que o #MusicMonday de ontem, eu vou falar de uma linda artista da década de 60 também. Tentarei ser ao máximo "técnico" e menos emocional (apesar de achar que seja impossível, tratando-se dela). Escute aí, escute Janis Joplin.

Em aproximadamente quarenta anos nunca se ouviu uma voz que fosse ao menos um pouco parecida. Em aproximadamente quarenta anos, nunca se viu tanta emoção num palco. Janis toma boa, e digo BOA parte do meu coração por esses e outros motivos.

Ela nasceu em 19 de janeiro. Por muito tempo, sofreu preconceito tanto de brancos e quanto de negros, por ser branca e cantar música de negro (blues). Para os brancos ela era negra, para os negros ela era branca. Para os ouvintes é apenas a JJ.


Emoção ímpar dela no palco. Cantava músicas que não eram dela, como se fossem escritas dentro dela. Cantava as músicas dela como se contasse seus problemas. Cada apresentação dela era única.

Por seus problemas com as drogas que ela ia tomando ao longo de seus shows, Janis começava a contar seus problemas durante suas músicas. Ao mesmo tempo, ela queria passar para o público total segurança. Fazer com que até o último ouvinte a escutasse como se ela cantasse ao pé do ouvido.

Ela ficou conhecida com a banda Big Brother and the Holding Company, no Monterey Pop Festival de 1967 (sim, o mesmo que Jimi Hendrix se apresentou e fez a peformance mais conhecida em todo mundo, de quebrar a guitarra e atear fogo nela), com sua versão intensa de "Ball and Chain".

Janis parecia uma menina e, ao mesmo tempo, vivia como uma adulta. Se dava no palco, exprimia toda a sua alma através das suas canções. Até o dia em que seu vício ofuscou sua música. Janis se drogava excessivamente. Tanto que, no Woodstock, as músicas que ela iria cantar foram reduzidas, porque sua voz estava falha pelo uso de drogas.

Ela mesmo já tinha declarado: "Tenho medo de ser como essas velhas bêbadas, que ficam dando em cima dos garotinhos", mas o vício falou mais forte que o amor à música e o amor próprio. Unindo-se a ele, ainda havia seus problemas com relacionamentos.


Janis morreu por overdose de heroína em Los Angeles, no dia 4 de outubro. Umas das mais lindas vozes do mundo foi calada naquele dia por um veneno tomado voluntariamente. Mas ela seguiu o mar, após ser cremada. Isso nas palavras de Jimi Hendrix (Castle made of sand). O álbum Pearl foi lançado seis meses depois do seu falecimento.

Hoje, ouvir JJ tem um efeito inigualável para mim. É calmante, energizante, curador. Traz calma e vida pra mim. Eu a ouço e não consigo assimilar sua morte.

Em tributo à minha garota:

Summertime.


Época de verão



Criança, a vida é fácil
Os peixes pulando fora d'àgua
E o algodão, Senhor,
O algodão está alto, Senhor, tão alto.




Seu pai é rico
E sua mãe é de tão boa aparência
Ela parece bem agora
Calma, baby, baby, baby, baby, baby,
Não, não, não, não, não chore
Não chore!
Em uma destas manhãs
Você estará crescendo, cantando animada
Você estará alargando as suas asas,
Criança, e alcançar, alcançar o céu,
Senhor, o céu.



Mas até esta manhã
Querida, não se preocupe
Não, não, não, não, não, não, não, não...
Não
Não
Não chore.
Não chore.
Chore.

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