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Obrigado, Mr Prince Roger Nelson! Por Marcius Cabral




Eu tinha 15 anos quando o filme Purple Rain estreou nos cinemas de Belém do Pará. Gostava de música americana e já conhecia alguns acordes, que aprendi no super careta grupo de jovens da Paróquia de Santa Paula Francinete. Logo fui convidado a me retirar do convívio daqueles rapazes e moças católicos. Levei comigo o pouco que sabia no braço do violão e comecei a colecionar revistas de música para aprender os sucessos do momento. Os históricos Vigús já obsoletos depois da invencão da internet grátis.

Voltando ao filme Purple Rain: Eu não ganhava mesada dos meus pais. Tampouco morava com eles. Vivia repassado de lá pra cá, pelas casas dos parentes, até cair fora daquele círculo aos 17 anos. Ficava difícil assistir qualquer coisa no cinema vivendo daquele jeito. Ainda mais um filme da moda, com meu recém eleito artista favorito.


De todo modo ia acompanhando pelas revistas de música e tinha posteres que falavam da carreira de Prince, que já contava quase dez anos. E era um artista muito jovem, tinha exatos 11 anos a mais que eu.

Prince era um tipo de músico que fazia tudo com a mesma qualidade, precisão e perfeccionismo impressionantes. Ele compunha as músicas, escrevia as letras, produzia os discos, criava sua logomarca, as coreografias do show, produzia seus video clipes e filmes, cobrava escanteio e corria pra cabecear. Parecia o Multi Homem do desenho animado Os Impossíveis.
Depois de Prince, passei a compreender melhor todas as partes de um disco e descobri James Brown, Sly & Family Stone, Jimmy Hendrix, Heart, Wind & Fire e suas muitas influências que vinham também do jazz, blues, The Beatles. Mas principalmente ganhei um bilhete só de ida para a vida que escolhi, e a qual até hoje eu levo e que me leva para as praças, bares e onde houver uns trocados.

Obrigado, Mr. Prince Roger Nelson. Você esteve aqui por 57 anos e eu testemunhei isto. Vai viver para sempre, como os grandes antes de você.





Marcius Cabral é um músico profissional 
da noite de Brasília. Passou boa parte da juventude 
em Belém do Pará e hoje é radicado na 
nossa quebrada são sebastião.

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2 Comentários

  1. Sr. Editor, este músico não iniciou sua militância artística nos anos 1920, e se diz EM Belém do Pará. Mas este ultimo é um equívoco recorrente.

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